Educação Física e Inclusão

Educação Física e Inclusão

Fala pessoal, tudo bem com vocês? Eu me chamo Emanuel Henrique, tenho 21 anos e estou no quinto período do curso de Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Atualmente participo do programa da Proex denominado PUC Inclusiva e hoje vou falar um pouco com vocês sobre Educação Física e inclusão.

Ao falarmos em Educação Física, lembramos logo dos diversos modelos de esportes que crescem exponencialmente a cada ano que se passa. O interesse das pessoas em práticas esportivas muitas vezes vem da infância, outras por influência dos pais, colegas e amigos, por recomendações médicas devido à saúde ou por motivos pessoais, como por exemplo, os motivos estéticos. Mas quando se trata de Educação Física Inclusiva, estamos falando de educação física para todos, onde buscamos trabalhar o desenvolvimento psicomotor, cognitivo e afetivo de todos os estudantes, sem exceções.

De acordo com o Censo Escolar, de 2014 a 2018 o número de alunos com deficiência nas escolas cresceu em todo o país, sendo que em 2014 eram 886.815 alunos, em 2018 esse número chegou a 1,2 milhão e em 2020 foi de 1,3 milhão. Tendo em vista este crescente número, se torna necessário entendermos também sobre os aspectos das diferentes deficiências e as possíveis adaptações para a realização de atividades propostas, indo além dos conhecimentos básicos sobre Educação Física. Deste modo, pode-se notar o esforço e o aumento de profissionais dedicados ao ensino inclusivo. Segundo o Ministério da Educação, em 2003 apenas 3.691 professores eram formados em educação especial, já em 2014, esse número chegou a 97.459. Apesar deste aumento, o Censo Escolar de 2019 revelou que apenas 5,7% dos professores da educação básica no Brasil apresentaram formação em educação especial.

É importante que haja um grande engajamento dos professores para essa formação, levando-se em conta o aumento de alunos que possuem deficiência se comparado ao número de professores formados em educação especial. Porém, também é importante ressaltar que a inclusão efetiva não se baseia apenas nestes números. Para incluir é necessária a participação plena de alunos com e sem deficiências em um mesmo momento, mesmo com a existência de barreiras adaptativas encontradas nas atividades, brincadeiras e esportes escolares.

Um outro ponto muito legal que podemos observar no âmbito da educação física inclusiva são os grandes talentos que surgem a partir do desempenho no Paraesporte. Atualmente, graças ao talento dessas pessoas, o país foi um grande competidor das Paraolimpíadas 2020. Com 72 medalhas, o Brasil iguala nos Jogos Paralímpicos de Tóquio o seu melhor desempenho histórico, registrado na Rio 2016, e sua melhor posição no quadro de medalhas, o 7º lugar em Londres 2012, mas com recorde de ouros (22). Para obter esse grande rendimento, o Brasil contou com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) que é a entidade que rege o desporto adaptado no Brasil, representa e lidera o movimento paralímpico no país e busca a promoção e o desenvolvimento do esporte de alto rendimento para pessoas com deficiência.

Apesar desse cenário animador, o conhecimento sobre a causa inclusiva ainda é pouco disseminado e este entendimento é a base para todos os aspectos quando o assunto é inclusão, principalmente na educação física, pois estamos falando de saúde e bem-estar. Particularmente, venho aprendendo muito sobre inclusão após a entrada para o programa de extensão universitária, onde faço parte do projeto PUC Inclusiva. Vários aspectos sobre o tema são abordados nas mais diversas atividades que o projeto propõe e, devido a isso, pude compreender o quão necessário é ter atenção, responsabilidade, dedicação e cuidado sobre a inclusão. Infelizmente, devido a pandemia, ainda não tive a oportunidade de atuar com a equipe presencialmente, mas, mesmo com essa situação, existe muita interação das práticas do programa com a minha área de formação acadêmica. Por isso, pretendo absorver ao máximo os conhecimentos que me são disponibilizados. Este texto, por exemplo, é uma dessas interações e também um pouco do que já vivenciei!

Por fim, posso concluir que a Educação Física e a Inclusão devem caminhar sempre lado a lado com foco e persistência. É muito importante que haja um esforço conjunto da sociedade com os governos e entidades que possibilitem o movimento inclusivo nas escolas e para além delas. Os paraesportes devem fazer parte do contexto escolar de forma organizada e consciente para que cada vez mais pessoas com deficiência e sem deficiência tenham acesso a educação de forma acessível e diversa.

É isso pessoal! Espero que tenham gostado do conteúdo que hoje foi apresentado, que vocês possam refletir sobre o assunto e buscar empatia ao próximo, assim, juntos, seremos pessoas melhores. Muito obrigado e até a próxima!

REFERÊNCIAS:

http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/educacao-inclusiva

https://www.cpb.org.br/rankingserecordes

https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2019-01/cresce-o-numero-de-estudantes-com-necessidades-especiais

https://www.istoedinheiro.com.br/censo-escolar-2020-aponta-reducao-de-matriculas-no-ensino-basico/

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